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sábado, 19 de maio de 2012

Desprendimento

Estava lendo um texto muito interessante do meu amigo Júlio Diniz http://www.quartododesejo.com/2012/05/bonanca-nao-vira.html sobre a morte e como lidar com ela.

Ainda ontem, estava meditando sobre a efemeridade da vida e no movimento que as pessoas fazem, ao correrem atrás do vento, tentando acumular coisas e pessoas, tentando alcançar seus pódiuns, vencer, conquistar, crescer, ser...

A morte é uma realidade, que nos coloca frente a frente com nossa condição. A de não ser e apenas estar dentro do tempo, até o dia que isso é retirado de nós, querendo ou não. Seja lá qual for nossa fé, um dia seremos talvez lembranças pra quem fica.

Logo, toda essa correria em busca de realização, é mero desespero. A morte não escolhe gênero, idade, posição social. Ela é a única certeza que temos, apesar da incerteza de quando será.

E enquanto o corpo quer o crescimento, a caminhada cristã sugere o inverso: o decrescimento. Convém à alma diminuir, para que cresça a presença de Deus em nossas vidas. Um vaso cheio, não deixa espaço para receber azeite. Quanto mais cheios de nós, de coisas, de ocupações, menos disposição para assimilar o que vem do Alto.

As pessoas buscam o crescimento, as conquistas, todos querem vencer na vida. Tudo o que eu quero é decrescer, diminuir, me esvaziar de mim. Quero não querer.

Assim, talvez quando for minha vez de partir, as lembranças que ficarão, serão a de um abraço, um sorriso, um auxílio, uma boa palavra... 

Nada  na minha vida aconteceu de forma convencional. Sempre senti que não sou deste mundo e as coisas do mundo, as que a maioria das pessoas lutam pra ter, sempre me pareceram pequenas demais. Cheguei  a uma conclusão: Deus não me deu uma família, me deu todas. Não sou um indivíduo, sou o mundo que Ele  amou. O que passa pelas minhas mãos, não é meu, mas está sob minha administração. Assim, cabe a  mim usar de forma que beneficie os outros também.

Desprendimento. Acho que a consciência de que tudo é efêmero, reaviva em nós a esperança no que há de vir. Estamos nessa dimensão para deixar de ser. Matar o ego, para conseguir viver o amor.

Um comentário:

  1. Graça e Paz Janete!

    Despreendimento + contentamento = vida abundante

    Eita fórmula difícil de se equacionar. Ela é muito instável dentro do ser!

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